SOBRE

Um projeto por

Gabriele Della Pepa + Andrea Elena Febres Medina + Caterina Ghio + Francesca Granzotto + Paola Rondi + Elena Stefani
@Density Design, Final Synthesis Design Studio, janeiro de 2020

PONTO DE PARTIDA

Como desinformações e informações visuais se proliferam?

No século 21, há uma enorme variedade de softwares de edição de imagem disponíveis. Tempo, custo e habilidade não são mais um obstáculo: todos podem facilmente aprender a como confeccionar imagens convincentes. Além disso, imagens são relacionadas à informação nos dias atuais. Artigos de jornal e posts em redes sociais contém imagens que, propositalmente, prendem a atenção dos leitores. Por essas razões, essas informações – e desinformações – se proliferam em fontes de notícias online e em redes sociais mais frequente e convincentemente. Não é incomum se deparar com conteúdos que têm sido manipulados para explorar as crenças, decisões e ações individuais. Um exemplo que causou grandes danos sociais é o controverso episódio da alteração do mapa do furacão Dorian do presidente norte-americano Donald Trump:



Depois de receber críticas por alertar imprecisamente durante o fim de semana que o Alabama poderia ser atingido pelo furacão Dorian - mesmo depois que os meteorologistas do governo contestaram que fosse o caso - o presidente Donald Trump na quarta-feira segurou um mapa que parecia ter uma linha desenhada em preto fazendo parecer que ele estava certo o tempo todo. [...] O mapa que ele exibiu tinha uma adição não disseminada pelo Centro Nacional de Furacões: o que parecia ser um semicírculo desenhado anexado ao "cone de incerteza" mostrando o potencial impacto projetado do furacão - estendendo o cone para o Alabama. [...] É contra a lei federal emitir ou publicar quaisquer previsões meteorológicas falsas que representem falsamente uma previsão oficial emitida por entidades governamentais como o Serviço Nacional de Meteorologia e o Centro Nacional de Furacões.

Presidente Donald Trump, Casa Branca em Washington, 04 de setembro de 2019. @Jonathan Ernst/Reuters.

Leia o artigo completo abaixo.


Imagens manipuladas podem distorcer e influenciar a opinião e a memória das pessoas. Mesmo quando há correções que expõem imagens forjadas, na maioria das vezes as falsificações são mais amplamente compartilhadas do que as correções, e as pessoas não conseguem ver o verdadeiro contexto.

Tons de boatos visuais

Os boatos visuais podem não ser todos criados com a mesma intenção, mas são todos prejudiciais da mesma forma. E enquanto muitas pessoas acreditam que as imagens fotoshopadas são a questão principal, há métodos mais sutis de manipulação acontecendo também. Desinformação acontece quando informações falsas são compartilhadas inconscientemente. A desinformação é falsa informação criada e partilhada propositadamente, com o objectivo de manipular as pessoas.
O termo falso não reflete a complexidade de nenhum deles. Para entender o que está acontecendo, precisamos quebrar três tipos de erro e desinformação:

Imagens mal adaptadas — Imagens reais mas enganosas com textos que descrevem falsamente o seu contexto, origem ou significado.

Imagens manipuladas — Os elementos primários são verdadeiros, mas alguns detalhes foram adicionados ou excluídos para alterar o significado da imagem.

Imagens recortadas — Imagens que foram recortadas para mudar o seu significado original e o seu verdadeiro contexto.

TÓPICOS PRINCIPAIS

Como percebemos a informação visual online?


Percebemos caso acreditemos ou não que a informação que encontramos online depende em parte da nossa perspectiva. A fim de economizar tempo e esforço, processamos fatos com base em pistas sociais (reputação, expectativas, compartilhamentos e o número de likes – são exemplos de fatores que afetam a maneira como julgamos a informação).

Quem publicou a informação, e onde , são fatores-chave que influenciam se o conteúdo pode ser confiável. As pessoas tendem a assumir, por exemplo, que as organizações de notícias são mais confiáveis do que os indivíduos compartilhando coisas nas mídias sociais. Além disso, tendemos a acreditar em informações se os outros também acreditarem.

FOMO, ou “fear of missing out” (“medo de ficar por fora”, em portugues) e o chamado efeito bandwagon are led by a compulsive concern about loss of opportunity for social interaction and can podem fazer com que as pessoas pensem: "Se outras pessoas gostam disso, então eu deveria gostar também". Isso pode time levar as pessoas a compartilhar informações sem prestar atenção ao que é ou se pode ser confiável.

‘Literacia de mídia digital' significa ser capaz de identificar recursos de informações on-line, como quem criou e com quem está sendo compartilhado, e usar esse conhecimento para decidir se a informação pode ser confiável. Entender como fotos e vídeos digitais podem ser editados também é um aspecto da alfabetização dos meios digitais.
Nossas atitudes sobre diferentes questões também desempenham um papel. As pessoas são mais propensas a acreditar que a informação é verdadeira se ela confirma o que elas já acreditam, especialmente no contexto da política ou assuntos atuais.

QUAL É O OBJETIVO?

Como reduzir o potencial dano dos boatos* visuais

O objetivo principal do teste Doublecheck é mostrar às pessoas como é difícil reconhecer se uma imagem é confiável ou não. Além disso, este projeto mostra por que cada imagem deve ser vista em termos de conteúdo e contexto. Se as pessoas não prestam atenção on-line, eles poderiam inconscientemente espalhar desinformação. Todos desempenhamos um papel crucial no sistema de informação visual. Sempre que aceitamos passivamente informações - por exemplo, através da partilha de uma publicação, imagem ou vídeo sem verificar ou questioná-la - corremos o risco de transmitir conteúdos que sejam falsos ou enganadores. Cada um de nós tem a responsabilidade de verificar o que vê online. O jogo Doublecheck sugere que investir em educação é a melhor maneira de aumentar a alfabetização digital e reduzir os danos causados por erros e desinformação.
A “gamification” - usando abordagens de estilo de jogo para encorajar as pessoas a se envolverem com questões não-jogo - é usada aqui para transmitir esta mensagem. Ao fazer o teste, as pessoas podem testar suas habilidades e entender ativamente a complexidade do tópico.

PACOTE INICIAL

Ferramentas úteis para lidar com boatos visuais

Dados

A desinformação visual online se desenvolveu ao mesmo tempo que as mídias sociais. Hoje em dia, muitos jovens e adultos usam esses canais como sua única fonte de notícias, o que ajuda a desinformação a se espalhar. Durante a primeira fase do processo de design, exploramos quais plataformas são as mais utilizadas em várias partes do mundo. Se você quiser saber mais sobre as redes sociais mais influentes ao redor do mundo, visite nosso site:

Redes sociais por regiões culturais

A informação visual sobre a política ou assuntos atuais é mais provável de acender o viés de confirmação - que é quando acreditamos em algo mais prontamente porque apoia a nossa opinião. Quando se trata de grandes eventos globais que muitas pessoas conhecem, a desinformação visual está se tornando mais difundida. Para ter uma melhor compreensão disso, confira nosso projeto:

Ver é crer
Pesquise no Google e veja se você pode ver quais imagens falsas relacionadas a eventos nos últimos seis anos foram desmascaradas e quantas vezes.

FAQs e dicas

— Qual é a ferramenta mais fácil para verificar a fonte original de uma imagem?
A ferramenta Reverse Image Tool (Ferramenta de Reversão de Imagens, em portugues) permite que você use uma imagem para encontrar imagens relacionadas ou similares, e os sites onde elas podem ser encontradas. Você pode abrir todos os links possíveis e procurar a fonte original.


— Existe algum site onde eu possa encontrar outros exemplos de desinformações visuais?
Sim, o site mais usado para este fim é o Snopes.com, uma publicação independente e recurso de verificação de fatos.


— Onde posso saber mais sobre os diferentes tipos de erros visuais e de desinformação?
Se você quiser saber mais sobre este tópico, você pode ler "Fake news. It’s complicated." por Claire Wardle. Este artigo exemplifica detalhadamente os tipos de conteúdos falsos, porque são criados e como estão sendo espalhados.


— Existem estudos sobre a capacidade das pessoas para reconhecerem a falta de informação e a desinformação visuais?
Sim, em particular o artigo escrito por Cuihua Shen, Mona Kasra, Wenjing Pan Grace A. Bassett, Yining Malloch e James F O'Brien:
"Fake images: The effects of source, intermediary, and digital media literacy on contextual assessment of image credibility online" ("Imagens falsas: Os efeitos da fonte, intermediário e alfabetização da mídia digital na avaliação contextual da credibilidade da imagem online", em portugues)


— Onde posso encontrar as fontes das imagens utilizadas neste projeto?
Baixe este conjunto de dados para obter uma lista dos artigos a partir dos quais pegamos as imagens.


Projeto por

Della Pepa Gabriele
Febres Medina Andrea
Ghio Caterina
Granzotto Francesca
Rondi Paola
Stefani Elena

Corpo docente

Michele Mauri
Ángeles Briones
Gabriele Colombo
Simone Vantini
Salvatore Zingale

Assistentes de Professores

Andrea Benedetti
Lea Mara Fabiano
Alessandra Facchin
Beatrice Gobbo
Tommaso Elli
Jacopo Di Iorio
Anna Riboldi